Genealogia dos Bairros: Lagoa Seca

Por Prof. Dr. Lenin Campos Soares

No cruzamento da Alexandrino de Alencar com a Prudente e Morais surgia uma lagoa durante os períodos de chuva. A área, que até hoje alaga no inverno, concentrava tanta água que chegava a transbordar através de um riacho e alimentavam o Baldo. O nome Lagoa Seca aparece em documentos desde 1719, como registra uma doação de terras a Belchior Pinto, sargento-mor do Forte dos Reis Magos.

A lagoa continuou existindo até a década de 1970, e servia de reservatório de água para os moradores, especialmente aqueles que viviam no Alecrim, as cacimbas da Lagoa Seca serviam para lavar as roupas e dar água aos animais. A partir de 1970, com a abertura da Av. Prudente de Morais, em direção a região sul da capital, realizada pelo prefeito Vauban Bezerra, a lagoa foi finalmente aterrada, e suas águas definitivamente drenadas para o baldo.

Lagoa Seca era uma área de chácaras, vacarias e plantações de coqueiros, assim como foram os primeiros anos do Alecrim e do Barro Vermelho. No entanto, desde a década de 1920, a modernidade flerta com a região. Em 1925, por exemplo, é instalada a Escola Rudimentar Mista Mascarenhas Homem, que vai se tornar Escola Estadual quando incorporada, sob direção da professora Hermelinda Vascondelos e Silva. Em 1926, o governador Alberto Maranhão faz os bondes elétricos interligarem o bairro ao centro da cidade.

Na década de 1930, funda-se a Igreja de São João Batista, sob coordenação da paróquia de São Sebastião, no Alecrim. A frente estava o padre Agostinho Hanecken, que era, então, coadjutor da paróquia alecrinense. No livro de tombo diz-se que a igreja foi levantada num pequeno terreno na Rua São João, na curva do bonde, doado pelo senhor Manoel Bezerra.

Em 1944, foi inagurado no bairro o Abrigo Juvino Barreto, onde são recolhidos idosos, mendigos e pessoas inválidas, em situação de total desamparo. Foi uma ação do prefeito José Augusto Varela, em terreno doado pela Legião Brasileira de Assistência (LBA). O prédio foi inaugurado com a capacidade de receber 150 pessoas.

O bairro Lagoa Seca nasceu oficialmente da Lei nº 251 de 30 de novembro de 1947, governava o município, o Dr. Sylvio Piza Pedroza. (Conheça melhor o seu Bairro: Lagoa Seca, Prefeitura de Natal, 2012)

Contudo é a partir da década de 1950 que se inicia um processo de urbanização da área, especialmente depois da instalação da Fábrica Guararapes, em 1957, pelo sr. Nevaldo Rocha. O que exige, na década seguinte, a criação de um Mercado Público na região em 1961, pelo prefeito Djalma Maranhão. No mesmo embalo ocorreram a construção de novas escolas, como a Escola Estadual Nestor Lima em 1964, pelo governador Aluízio Alves.

O cenário das vacarias e coqueirais da região não mudou até a década de 1970, quando chega o calçamento de ruas pelos prefeitos Jorge Ivan Cascudo Rodrigues, Vauban Bezerra e José Agripino Maia. Nessa época Lagoa Seca lidera o processo de industrialização da capital, ao receber a Fábrica Weston S/A, em 1970, para a produção de biscoitos e massas. Esse processo se extende pelas décadas de 1980 e 1990, direcionando o crescimento da cidade para a região sul.

O bairro, que já fora conhecido pela juventude "barra-pesada" com figuras como Brinquedo do Cão você pode conhecer nesse post ótimo no Papo Cultura. No texto você conhecerá o trabalho que “esse menino” deu a Dona Hermelinda na escola Mascarenhas Homem.

Outro ponto imperdível no bairro é a visita ao Baobá do Poeta