Alecrim: Praça Almirante Tamandaré

Por Prof. Dr. Lenin Campos Soares

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Conta Itamar de Souza:

“Atendendo à solicitação feita pelo comandante da Base Naval de Natal, o prefeito Creso Bezerra, em 31 de maio de 1952, editou a Lei nº 153, cujo artigo 1º tem o seguinte conteúdo: ‘Passará a denominar-se Praça ‘Almirante Marquês de Tamandaré” a atual ‘Praça do Professor’”

Marquês de Tamandaré

Marquês de Tamandaré

Na manhã de 11 de junho daquele ano, no aniversário da Batalha de Riachuelo, foi inaugurado pelo governador Sylvio Pedroza um busto homenageando o Marquês, com a presença de oficiais da Marinha. O Almirante Tamandaré é o patrono da Marinha Brasileira. Ele se chamava Joaquim Marques Lisboa, e nascera no Rio Grande do Sul, em 1807. Ingressou na Marinha aos 16 anos, na Fragrata Niterói, e aos 18 já tinha o seu primeiro comando na Escuna Constança. Em 1827, aos 19 anos, participou da Guerra Cisplatina, em que os argentinos tentaram invadir a Província Cisplatina (o atual Uruguai), que já era uma província rebelde. A guerra durou três anos e resultou com a independência uruguaia. Em 1835, com 28 anos, no mesmo ano, ele participou da repressão à Cabanagem, no Pará; e aos Farrapos, no Rio Grande do Sul, ambas as revoltas pretendiam separar-se do Império Brasileiro; e no ano seguinte combate os balaios, no Maranhão. As chamadas “Guerras de Independência” poderiam ter fragmentado a América Portuguesa como se deu com a espanhola e por causa da atuação incessante do Almirante, ele recebeu os títulos de nobreza. Tornou-se, em 1860, Barão; cinco anos depois, foi elevado a Visconde; em 1887, tornou-se Conde e, no ano seguinte, Marquês de Tamandaré. O Almirante era uma pessoa de extrema confiança do imperador d. Pedro II, sendo ele requisitado pelo próprio monarca para acompanhá-lo na visita que fez as Províncias do Norte (o atual Nordeste).

Contudo, como deixa claro o texto da Lei transcrito pelo historiador Itamar de Souza, no Nova História de Natal, existia uma praça lá que foi renomeada. E era uma praça muito maior. Em 1978, com a construção do Viaduto do Baldo, a praça Carlos Gomes (que ficava exatamente no Baldo) e a Praça Almirante Tamandaré foram reformuladas, ela perdeu a fonte luminosa, instalada na prefeitura de Djalma Maranhão, em 1958. Em 1986, na administração Garibaldi Filho, a prefeitura demoliu parte da praça, conectando a av. Olinto Meira a av. Deodoro da Fonseca, permitindo que se chegasse a Cidade Alta não somente pela Av. Rio Branco, deixando a praça reduzida a um triângulo entre a Olinto Meira e a Rua Cel. José Bernardo.

Foto da Praça Carlos Gomes (com a Coluna Capitolina) e ao fundo a Praça Almirante Tamandaré, antes da construção do Viaduto do Baldo (Disponível em Facebook.com/Natalcomoteamo)

Foto da Praça Carlos Gomes (com a Coluna Capitolina) e ao fundo a Praça Almirante Tamandaré, antes da construção do Viaduto do Baldo (Disponível em Facebook.com/Natalcomoteamo)